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  • Foto do escritorCida Chagas

Atitudes da adolescência negra

Esses adolescentes denunciaram as mensagens racistas de seus colegas e não se intimidarem em expor os seus rostos e suas vidas.




Eu acredito é na rapaziada. É, Gonzaguinha estava certo. Devemos concorda com ele.


“Eu acredito é na rapaziada

Que segue em frente e segura o rojão

Eu ponho fé é na fé da moçada

Que não foge da fera e enfrenta o leão

Eu vou à luta com essa juventude

Que não corre da raia a troco de nada

Eu vou no bloco dessa mocidade

Que não tá a saudade e constrói

A manhã desejada(...)”


E vamos à luta. Gonzaguinha


A gente sempre reserva esperanças nas gerações vindouras. Por mais que haja aquela velha questão “ah, no meu tempo, não era assim!”; “ah, no meu tempo era melhor!”; “ah, no meu tempo fazíamos de outra forma!”; “ah, no meu tempo...” ; “ah, no meu tempo...”, não há como a geração adulta presente não manter a esperança em quem vai fazer o futuro. Se não, resta quem?

Esse mau-humor com a geração mais jovem, é registrado desde Sócrates, o filósofo que viveu 400 anos antes de Cristo. Veja o que ele dizia:


“Os jovens de hoje gostam do luxo. São mal comportados, desprezam a autoridade. Não têm respeito pelos mais velhos, passam o tempo a falar em vez de trabalhar. Não se levantam quando um adulto chega. Contradizem os pais, apresentam-se em sociedade com enfeites estranhos. Apressam-se a ir para a mesa e comem os acepipes, cruzam as pernas e tiranizam os seus mestres”.

Parece tão atual. É só a gente puxar pela memória o que as nossas mães e pais deixavam escapar das suas bocas quando éramos adolescentes, sobre nós, nossos amigos e desconhecidos célebres ou não. Bastavam ser jovens.









Mas, a quem deve a formação da geração mais jovem? Às gerações passadas e presentes. Uma das mudanças que temos presenciados é jovens adolescentes defendendo os seus pontos de vista e defendendo a suas existências. Se por um lado a Internet e as redes sociais são criticadas pelas suas distorções, por outro permite manifestações como nunca se viu antes. Vamos tomar os recentes casos de denúncias de racismo que adolescentes enfrentaram. O que me ajuda a desenvolver a educação geracional e o porquê acredito na rapaziada.




Estudante é vítima de racismo em troca de mensagens de alunos de escola particular da Zona Sul do Rio


Criança de oito anos é vítima de racismo em escola de Piracicaba


Quero fazer a diferença contra o racismo


“Estão tentando nos calar”, diz mãe de aluna que sofreu racismo em escola do Rio de Janeiro




Esses adolescentes denunciaram as mensagens racistas de seus colegas e não se intimidarem em expor os seus rostos e suas vidas. Os discursos que esses jovens apresentam dão esperança de que haverá sim um mundo melhor, pois estes jovens demonstram que está se formando uma consciência sobre si mesmos, sobre as suas histórias, raízes e que ninguém é melhor em razão de sua cor de pele; que toda e qualquer pessoa merece respeito. Muito além disso, demonstram que tem orgulho do que são e não se deixam dobrar.


São ações que nos dão elementos para entender o processo de formação desses jovens e de bradar aos quatro ventos sobre a necessidade de uma educação antirracista. Muitas mães, pais e responsáveis tem receio sobre como abordar questões raciais com jovens. Como traz o “Guia para mães e pais lutarem contra o racismo, pela igualdade e justiça”, adolescentes estão mais propensos a entender movimentos políticos e sociais em sua complexidade; e, portanto, deve-se criar um espaço aberto e saudável para o diálogo.



Esses jovens olham muito para os seus adultos. São os exemplos. Não existe aquela antiga máxima “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Isso não funciona. É importante que jovens adolescentes saibam sobre as injustiças atuais, do passado e casos em que as pessoas se manifestaram corajosamente. Hoje em dia, não dá mais para se sentir desconfortável em iniciar uma discussão sobre racismo e a desigualdade racial. Por que a realidade se impõe. Insultos racistas viralizam quase que diariamente. Pais, mães e escolas tem um papel fundamental na construção de uma educação antirracista. Educar crianças, adolescentes e jovens de todas as matizes de cores humanas. De todas as origens sociais. De todas as origens culturais. Educarem sobre a história e o presente da população negra no Brasil e no mundo. Educarem sobre os povos originários deste país. Educarem para não estranharem e insurgirem todos os seus preconceitos ao conviver com pessoas negras.


Não é possível mais a omissão, pois jovens negros não estão mais dispostos a silenciarem e carregarem sozinhos todo o fardo do racismo.

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