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  • Foto do escritorCida Chagas

Guia para mães e pais lutarem contra o racismo, pela igualdade e justiça

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- Nossa, que coisa feia!


Esta foi uma das frases que o meu menino de 09 anos falou ao ver a Maju Coutinho, jornalista da Globo, narrar o que aconteceu com George Floyd no dia 25 de maio de 2020. Derek Chauvin, um policial branco, ajoelhou-se no pescoço e nas costas de George Floyd durante 08 minutos e 46 segundos levando-o a morte. A cena realmente é horrível, como disse meu filho. E entre notícias sobre a pandemia de coronavírus e as suas consequentes mortes, vivenciamos todos os dias protestos ao redor do mundo liderados pelo movimento antirracista Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) contra a morte de George Floyd.


Eu acredito que muitos pais e mães pretas, como eu, devem ter sentido dores, tristeza e incapacidade ao ver mais uma vez pessoas negras tendo as suas vidas tiradas de uma forma tão brutal. Tudo isso sendo filmado, passado ao vivo e a cores na nossa tela. O meu impulso foi "tirar a criança da sala", colocar as mãos sobre os seus olhinhos e dizer “você não pode ver isso”.


Mais uma vez era em vão. George Floyd estava presente em tudo, na televisão, no Youtube, no jornal impresso que recebemos, Twitter, Facebook, nos grupos de WhatsApp, aqui e em todos os países do mundo. E depois dele muitas outras vidas negras foram tiradas. Nos Estados Unidos mesmo, Jacob Black tomou sete tiros nas costas pela polícia três meses após a morte de George Floyd. Aqui no Brasil, noves jovens morreram pisoteados em um tumulto após uma ação policial em um baile funk em Paraisópolis, São Paulo. O caso Miguel Otávio Santana da Silva, um menino de 5 anos que morreu ao cair do 9º andar de um prédio em Recife, após ser deixado aos cuidados da patroa da mãe. A ação policial no Rio de Janeiro que matou João Pedro Mattos Pinto, um adolescente de 14 anos. São acontecimentos que têm nos sufocado e, no Brasil, ativistas negros há séculos tem mostrado resiliência nas suas reivindicações históricas pelas vidas negras.


Como mães e pais, nós nos preocupamos em trazer essa discussão para a sala por que ela já está lá há um bom tempo.


Como conversar com nossas crianças e adolescentes sobre racismo e o que se passa ao nosso redor de forma a protegê-las e educá-las?


Como chamar crianças e adolescentes não negros a ter atitudes antirracistas?

Como proteger mental e fisicamente crianças e adolescentes negros?


Imbuída deste propósito fiz uma parceria com Francesca Chong e Lily Pryer da Yoopies do Reino Unido, para a tradução do guia “A parent’s guide to Black Lives Matter”, para a sua adaptação à realidade do Brasil e para escrever textos nacionais complementares.


Apresentamos conceitos, dicas, ferramentas. Tudo mesclado ao cotidiano e a história da população negra brasileira. Esperamos que este guia ajude mães, pais e responsáveis de crianças e adolescentes a se engajarem na luta contra o racismo e na defesa de que as vidas negras também importam. Por que acreditamos que devemos plantar boas sementes para germinar um futuro que impacte positivamente a todas e a todos nós.


Ana Julieta Teodoro Cleaver, obrigada pelos comentários ao texto.



Cida Chagas

@cidachagas2000

www.cidachagas.com





Sugestão de vídeo sobre Consciência Negra: https://www.youtube.com/watch?v=bDWw9Jj1vM0



Sugestão de vídeo sobre Black Lives Matter (coloque a legenda em português no YouTube): https://www.youtube.com/watch?v=xv3dAJUTCT0&t=45s



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